Notebooks com sistema operacional do Google chegam ao mercado. Uma aposta arriscada para o usuário

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Máquinas dependem demais de boa conexão com a web. Preços variam entre 350 e 500 dólares


A taiwanesa Acer e a coreana Samsung colocam no mercado nesta quarta-feira os primeiros modelos de computadores com sistema operacional Chrome OS, uma plataforma desenvolvida pelo Google e que depende de uma conexão quase que constante com a internet. Os ChromeBooks, como são chamados os aparelhos, são oferecidos ao consumidor por valores que variam entre 350 e 500 dólares, dependendo do fabricante e das opções de conectividade às redes Wi-Fi e 3G. É um projeto genial e arriscado ao mesmo tempo - afinal, a falta de conexão pode tornar o dispositivo praticamente inútil para seus usuários.

Quando apresentou o sistema pela primeira vez, em julho de 2009, o Google acreditava que o modelo revolucionaria o mercado dos então populares netbooks, pequenos computadores criados basicamente para servir como porta de acesso à web. Essa realidade mudou com a chegada dos tablets, obrigando o gigante de buscas e seus parceiros a refinar a estratégia de lançamento. Em um dos releases oficiais, por exemplo, a Samsung ataca, de forma pouco sutil, os tablets. "O teclado do Series 5 Chromebook (uma das apresentações da nova máquina) oferece uma performance muito superior à de qualquer solução virtual", disse a empresa coreana. O alvo, é claro, é o teclado projetado na tela dos dispositivos como iPad, da Apple.

Embora seja um sistema operacional - que, como seus similares, dá vida ao computador que o abriga -, o Chrome OS pode ser considerado uma espécie de "super navegador", cuja principal função é garantir acesso dos usuários à internet. A principal diferença está na integração com as principais ferramentas do Google – como o Google Docs (versão do pacote Office da Microsoft, com planilha eletrônica e editor de texto, entre outros programas) –, hospedadas nos servidores da companhia, ou na nuvem, como é conhecido o processo de armazenamento de dados no ambiente virtual. Tudo o que é criado pelo usuário pode ser guardado ali, eliminando a necessidade de um disco rígido.

O problema está justamente aí. Os modelos oferecidos por Acer e Samsung contam com disco rígido para armazenar sistema operacional, além de uma entrada para cartões de memória, onde o usuário pode gravar alguns de seus arquivos. Contudo, até o momento, não existem aplicativos compatíveis em quantidade suficiente para garantir um bom desempenho off-line da máquina. Por exemplo: não há uma versão do Docs para instalação e uso a partir do disco rígido. Assim, o usuário fica dependente da conexão com a internet – o que pode ser fatal, caso fique sem sinal. No atual formato, portanto, os Chromebooks não parecem tão interessantes aos usuários. O HD serve para guardar plug-ins, extensões e poucos aplicativos, que podem ser baixados a partir da loja virtual Chrome Apps.

Modelos à venda – A configuração dos computadores é simples. O notebook oferecido pela Samsung traz um processador dual core de 1,66 GHz, 2 GB de RAM, tela de 12,1 polegadas, webcam de alta resolução, microfone, duas portas USB, além do HD de 16GB e o leitor de cartões de memória. A máquina da Acer tem configuração semelhante, mas com tela de 11,6 polegadas e uma saída HDMI, que permite a transmissão de áudio e vídeo para monitores e televisores com o recurso.


Notícia: http://veja.abril.com.br/noticia/vida-digital/chegam-ao-mercado-chromebooks-uma-aposta-arriscada

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